Vários olhares sobre a fundação da mesma Salto
Hoje, dia 16 de junho de 2020, a cidade de Salto completa 322 anos. Para comemorar, vou fazer a transcrição nos próximos dias de textos escritos por historiadores e cronistas de diferentes épocas sobre a fundação da cidade. Com isso, teremos vários olhares acerca do mesmo assunto.
Inicio com a transcrição de um texto presente no primeiro capítulo do livro História de Salto, escrito por Luiz Castellari (1901 – 1948). Os textos que estão no livro foram escritos com base em intensa pesquisa e, no ano de 1942, o autor reuniu seu trabalho em um volume único. O livro só foi publicado em 1971, muitos anos após o falecimento de Castellari.
Nota 1: o texto transcrito se encontra na página 11 do livro citado.
Nota 2: foi mantida a escrita como está no original.
Boa leitura a todos!
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Fundação
A cidade de Salto, situada à margem direita do rio Tietê, com 23º 12’ 30” de latitude Sul, e 47º 17’ 20” de longitude W. De Greenwick, em fins do século XVII foi fundada pelo Capitão Antonio Vieira Tavares que adquiriu as terras por duas escrituras de cartas de datas de Sesmaria e confirmações.
Em 21 de outubro de 1695, foi concedido ao fundador a provisão para poder erigir a Igreja, sob a invocação de Nossa Senhora do Monte Serrat, e, em três anos mais ou menos, ficou concluída a sua construção. Suas paredes de “taipa”, foram solidamente feitas por braços de escravos e gentios da terra; enfrentou e resistiu por 233 anos as intempéries, tornando-se um marco histórico da fé e do progresso.
A 16 de junho de 1698, o Vigário de Itu, Padre Felippe de Campos, em comissão especial do Revmo. Dr. Manoel da Costa Cordeiro, benze-a e assinala seu adro necessário.
Em dezembro de 1700, Antonio Vieira Tavares fêz doação à Capela, do seu sítio denominado “Cachoeira”, suas terras, gentios, escravos etc. As divisas de seu sítio, que constituiram o patrimônio territorial da Capela, partiam da barra formada pelos rios Jundiaí e Tietê, da seguinte forma: partindo da referida barra, margeando pela direita do rio Jundiaí acima, numa extensão de meia légua de testada; novamente partindo da barra, margeando pela direita do rio Tietê numa extensão de uma légua de sertão; dêsse ponto, formando um ângulo reto à direita do referido rio, seguiam com 550 braços de testada e de sertão, continuando em linha reta “athé sahir aos campos tufo pertencente ao dito Sítio.”