Exigente demais consigo mesmo, Leandro Thomaz de Almeida brinca que, se não for para escrever como Dostoiévski, não quer, já que precisa achar o resultado minimamente aceitável para divulgar uma história de mais fôlego

 

O escritor Leandro Thomaz de Almeida, que prepara o seu primeiro romance

O escritor e professor Leandro Thomaz de Almeida, Cadeira 33 da Academia Saltense de Letras, patrono Luiz Castellari, trabalha em três frentes literárias atualmente, mas a que o consome mais pela exigência rigorosa consigo mesmo é a produção do seu primeiro romance.

“Ainda pretendo escrever um romance. Mas costumo brincar que, se não for para escrever como Dostoiévski, nem quero. Uma brincadeira, evidentemente, mas que deixa claro que, se um dia escrever um romance, quero que ele seja perturbador e provocativo”.

Por ora, o escritor tem produzido um pedacinho aqui e outro ali e não tem avançado rapidamente, por não ficar minimamente satisfeito com o resultado. Enquanto isso, ele não para de produzir. Atualmente se dedica ainda a outras duas frentes literárias distintas, o que mostra toda a sua versatilidade na literatura.

Em uma dessas frentes, Leandro Thomaz de Almeida divide com o também acadêmico Romeu Bicalho, Cadeira 19 da Academia Saltense de Letras, patrono Olavo Bilac, a produção de um livro que vai relatar os dramas vividos e as saídas encontradas por escritores para escapar de processos judiciais que enfrentaram por suas obras.

O escritor é intenso nas suas atividades 

A outra frente é um livro em que o escritor pretende explicar religião para crianças, um texto com a linguagem voltada para esse público, mas que vem sendo escrito com a pretensão de propor uma compreensão do fenômeno religioso que poderá ser adotada também por adultos em relação a esse tema complexo.

Aos 45 anos, completados em agosto, na sexta-feira (18), o escritor afirma que a literatura tem sido um antídoto contra o apelo avassalador do celular e a indiferença pela vida de outrem (“boa ou má, a vida de cada pessoa renderia uma narrativa. A literatura, sobretudo o romance, aguça nossa sensibilidade para o drama da existência”).

Mesmo assim, ele não se considera um escritor na acepção da palavra. Prefere o desempenho como professor e pesquisador na área de Letras. Afinal, estudou Teologia no Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, e Letras na Unicamp, onde fez mestrado e doutorado, com pesquisas na Sorbonne e na Universidade da Califórnia.

Escreveu quatro livros: “É necessário queimar os hereges”, “Perigo na página”, “Uma outra herança reformada” e “Rostos do fundamentalismo”. Há duas coisas que procura buscar com sua atuação e trabalho intelectual: a beleza e a justiça, as quais, onde quer que se manifestem, proporcionam um sentimento de realização.

Para o escritor, o romance aguça sensibilidade para o drama da existência

Nascido em São Paulo no bairro de Higienópolis, segundo dos gêmeos a sair do ventre em uma cesariana, Leandro Thomaz de Almeida pesou 2,3 kg. Depois cresceu e se desenvolveu no interior de São Paulo: primeiro em Capela do Alto, depois Campinas, Sorocaba e Cabreúva, até vir a se transferir para Salto.

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