O tempo se esvai como fumaça em caracol, que a esquadrilha de aviões deixou na última vez em que passou.

Antes que desapareça, voa pelo céu feito balão de São João. É festa junina. Tem música, gente fantasiada, muito doce, vinho quente e quentão.

Estou com dor de barriga.

Vou ao banheiro, que fica atrás de algumas árvores.

Abro a porta e vejo uma tábua com um buraco no meio em cima de uma fossa.

Batem na porta me chamando para o café da minha avó. O café, feito com grãos colhidos na hora, é tão fraco, tão fraco, que não sai do bule.

Sem paciência, pego o celular e abro uma tela enorme e colorida, onde uma baleia azul me engole em um único bocado. Desapareço.

Está escuro e frio agora.

Estou com medo.

Corro sem direção.

De repente, encontro baratas gigantes que gritam para que eu pare e usam suas antenas como espadas.

Na hora em que vão me matar, aparece o zorro e luta contra elas, me salvando.

Subo em um cavalo branco, que sai em disparada rumo a um vale encantado.

Lá no fim da trilha existe uma princesa toda bonita que me espera para se casar.

Mas ela não tem dentes.

Então eu fujo sem olhar para trás.

Fecho os olhos cansado e quando os abro estou em um show de Sandy e Jr. Eles gritam: – Vamos pular, vamos pular. Eu pulo e metade de mim vai, metade de mim fica.

A metade que ficou desmaia e a metade que foi para.

Só aí percebo que acabou a tequila.

Cadê o garçom?

Olho em todo lugar e não encontro ninguém.

A polícia chega e diz: você está cercado.

Que bad.

Acordo.

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