QUEM FOI MÁRIO DOTTA
Mário Dotta nasceu em Salto aos 14 de abril de 1925 sendo filho de Attilio Dotta e Francisca Milioni Dotta. Casou-se com a professora Eunice Mazza em 7 de julho de 1961 com quem teve dois filhos: Mário e Marília. Cursou o primário no Grupo Escolar Tancredo do Amaral e o ginasial no Ginásio Estadual de Itu, concluindo-o em 1942.
Durante quase cinco décadas ele foi um nome conhecido e reconhecido na cidade, o que lhe valeu grande prestígio pessoal, profissional e político. Começou como comerciante no ramo de combustíveis para custear seus estudos de advogado; nessa época também se destacava como esportista, defendendo as equipes de basquete do Clube de Regatas Estudantes Saltenses e principalmente como jogador de futebol: centroavante do Guarani, tendo atuado também por outros clubes da cidade; a seguir coroou seus esforços e de seus familiares, diplomando-se como o primeiro advogado saltense. Atuou também na imprensa local como um dos fundadores e diretores do jornal O Liberal. Sua vida pública foi coroada pelo grande sucesso que alcançou como político, merecendo o respeito inclusive de seus adversários.
Como colaborador do Jornal O Liberal, Dotta destacou-se dos demais por sua redação clara e precisa, pela sua cultura e principalmente pelo seu arrojo no enfrentamento dos que governavam a cidade na época. Foi tão grande o seu destaque nesse órgão de imprensa que em 1955 candidatou-se a prefeito da cidade, com Antônio Andrietta de vice, perdendo por uma diferença muito pequena para o eleito Hélio Steffen. Nessa época, ele já era muito conhecido e respeitado em Salto, não só pelos seus artigos em O Liberal, mas também pelo fato de já atuar como advogado, pois se formou em 1947.
Mário era um frequentador assíduo da oficina onde funcionou O Liberal e o seu sucessor, o Taperá, localizada na Rua 23 de Maio, 313. O jornal, naqueles anos (final da década de 1950 e nos primeiros anos da década de 1960) circulava por volta de 16 ou 17 horas do sábado, Valter Lenzi e Edmur Sala (que também dirigia o Taperá), ficavam aguardando esses jornais ficarem prontos e, quando Mário aparecia, conversavam sobre os mais diversos assuntos. Para ele o advogado tal conversa era uma espécie de “higiene mental”, depois de uma semana cheia em seu escritório e na Câmara de Vereadores.
Na obra “Crônicas da Cidade” (2002), Valter Lenzi, atual Diretor do Jornal Taperá narra que, quando Mário Dotta foi convidado para escrever o prefácio do livro, o advogado disse que conheceu Lenzi “por mero acaso”, acrescentando que era “um guri à época, muito tímido e que quase se escondia no anonimato, entregando seus trabalhos quase às escondidas ao encarregado do jornal”. Dizia ainda que “só chegava a ler os trabalhos de Valter Lenzi após publicados e queria saber a autoria daqueles comentários e notícias reveladoras de um ‘craque’ da melhor espécie”, elogio que encheu o jornalista de satisfação.
Nesse dia, a Câmara de Salto promoveu também a inauguração de uma placa ao lado de pinturas de Flávio Pretti, na entrada para a Ponte Pênsil, reproduzindo a poesia “Os Rios da Minha Terra”, na qual Mário fala sobre a poluição que tomou conta dos dois cursos d’água que termina (Jundiaí) e passa por Salto (Tietê).
Escrito por Valter Lenzi