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O dia 12 de dezembro celebrou uma vitória na luta pela preservação do planeta com o final da Conferência do Clima, em Paris, na França, que reuniu 195 dos 246 países existentes no mundo e o total de nações que são reconhecidas pela ONU. Os participantes definiram como meta que o aumento médio da temperatura na Terra não poderá ultrapassar os 2ºC até 2.100 e para tal vão investir US$ 100 bilhões por ano em projetos de adaptação dos efeitos do aquecimento global.

Embora as nações mais pobres ou em desenvolvimento tenham saído do encontro reclamando da falta de apoio dos países ricos para a realização de ações com o mesmo fim, este é o mais amplo entendimento na área desde o Protocolo de Kyoto, de 1997. Afinal, limitar o crescimento da temperatura média global a 2ºC exigirá de todos os signatários uma ação prática, direta e objetiva, por se tratar de algo imperioso pela falta de alternativas diferentes.

É nítido que isto significa ter emissões líquidas zero, ou seja, tudo que continuar sendo emitido de hoje até 2100 terá de ser retirado da atmosfera de algum modo, seja com florestas ou com mecanismos de captura de carbono. A inclusão desse detalhamento no documento é um bom sinal em relação a versões anteriores do texto, que tinham sido criticadas por estarem vagas demais e inconsistentes com a meta, até porque, se não houver detalhes, não se aprofunda o necessário.

O jornalista e ambientalista Bill McKibben, da 350.org –uma das ONGs mais ativas em campanhas para deter as emissões de gases do efeito estufa no mundo–, resume a questão em três números que são, ao mesmo tempo, fatalistas e uma espécie de metas: 2°C, 565 gigatons e 2.795 gigatons. Ele entende que os países de todo o mundo precisam se ater a esses números para chegar a bom termo no que consiste ao combate ao efeito estufa pela preservação da vida na Terra.

Os 2°C são o máximo a que a temperatura do planeta pode subir, na comparação com a temperatura da era pré-industrial, segundo estudos técnicos. Os 565 gigatons são a quantidade de dióxido de carbono (CO²) que poderemos colocar a mais na atmosfera até 2050 para manter os tais 2ºC. E os 2.795 gigatons são a quantidade de carbono que seria liberado na queima de todo o óleo existente já localizado, incluído aí o pré-sal brasileiro, e que pode ser controlada.

Ou seja, há muito por fazer, mas ainda que se diga que as nações ricas não estão se importando, viu-se neste encontro avanços na postura dos Estados Unidos e da China, os maiores poluidores mundiais atualmente. Outros acordos menores têm surgindo na esteira desta postura nova, como o que deu origem ao Fundo Amazônia, entre Noruega e Brasil. Enfim, o resultado não é o ideal e tampouco o mais abrangente que se esperava, mas o que se podia na atual conjuntura.

E avançou, sem dúvida.

 

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