‘Nunca consegui ser metade’, afirma a escritora Mônica Dalla Vecchia
Titular, há pouco mais de três anos, da cadeira 5 da Academia Saltense de Letras, ela se diz ‘ligada nos 220’ pela intensidade das atividades
A escritora Mônica Leite de Araújo Dalla Vecchia, cadeira 5 da Academia Saltense de Letras, patronesse Clarice Lispector, e aniversariante da quinta-feira (5), se define como uma pessoa “ligada nos 220 volts”, dada a forma como se entrega às inúmeras atividades que desenvolve além da literatura.
“Nunca consegui ser metade. Procuro me afastar de tudo o que é morno. Gosto de me envolver em várias atividades diferentes ao mesmo tempo, às quais me entrego totalmente. Entrei na escola já aos 2 anos. Se eu pudesse fazer tudo de novo, escolheria o universo das letras e o magistério. Amo as palavras”, disse.
Essa paixão pela língua portuguesa a fez se graduar em letras (português/latim) pela USP, a se tornar mestre em Ciências da Linguagem pela Sorbonne e doutora em Linguística Geral e Aplicada pela Sorbonne-Nouvelle e a integrar o Laboratório de Estudos Sobre a Aquisição e Patologia da Linguagem, em Villejuif, na França.
Pesquisas e estudos
Mônica Leite de Araújo Dalla Vecchia morou dez anos em Paris, onde desenvolveu pesquisas sobre a língua portuguesa e estudos sobre as interações discursivas e do desenvolvimento da aprendizagem da escrita, realizados no laboratório da Universidade René Descartes e no Centro Nacional de Pesquisa Científica.
A sua sólida formação acadêmica vem de uma base consolidada em colégios de freiras, no Rio de Janeiro, onde nasceu e viveu até os sete anos, por meio da Escola Madre Nazarena Majone, das Filhas do Divino Zelo, e depois em São Paulo, para onde se mudou com a família, no Colégio Cristo Rei, das Irmãs Agostinianas Missionárias.
Caçula da família e com diferença de dez anos do irmão mais próximo, ela entrou para a escola aos dois anos para interagir com outras crianças e depois disso não parou mais de estudar. Além da formação, após voltar da França, se integrou ao Projeto de Internacionalização da Língua Portuguesa, realizado pela Unesp.
Leitura dinâmica
Desde cedo desenvolveu uma relação muito forte com os livros. Mesmo antes de saber ler e escrever, incentivada pelo pai, que sempre a presenteava com a Coleção Disquinho, pequenos discos de vinil onde se narravam os clássicos infantis, Mônica se apaixonou pelos livrinhos que os acompanhavam.
“Aquilo me encantava e me fazia sonhar. Eu mergulhava no mundo imaginário de uma forma tão intensa, que lembro que me escondia debaixo da mesa, morrendo de medo, para ouvir a história de ‘Pedro e o Lobo’. Na faculdade, li praticamente todos os clássicos das literaturas brasileira e portuguesa”, conta.
A escritora revela que não só lia de tudo, mas lia rapidamente. “Fiz um curso de leitura dinâmica na USP e lia 50 páginas em 25 minutos. Quando morei em Paris, aprofundei-me na literatura francesa, clássicos e contemporâneos. Enfim, a literatura sempre foi uma grande companheira ao longo de toda a minha vida”.
Identidade feminina
A produção literária da escritora se concentra mais na área técnica da linguagem. Ela escreveu, por exemplo, “Aquisição da Linguagem: Uma Abordagem Psicolinguística”, pela Editora Contexto, e também foi coautora de “Educação em Debate”, pela Biscalchin Editor, além de participar de revistas científicas no Brasil e na França.
A incursão pela escrita mais literária aconteceu a partir da posse na Academia Saltense de Letras em novembro de 2019, o que lhe permitiu participar de duas coletâneas com outros acadêmicos: “É de Sonho e de Pó”, enfocando a pandemia, em 2021, e “Natureza: eu, tu e ela, de 2022, sobre o meio ambiente.
Agora a escritora desenvolve a sua primeira fábula. Ela não tem ainda muitos detalhes para contar, mas se diz entusiasmada. Os projetos não param. Até o final deste ano, Mônica Leite de Araújo Dalla Vecchia pretende lançar também um romance e para o futuro um trabalho que aborde a identidade existencial feminina.
Eletricidade à prova
A escritora afirma que está sempre em processo de aprendizado e avalia que um dos lugares onde mais aprende é com os jovens em sala de aula, para quem leciona. Atualmente, ela dá aula de gramática para alunos no ensino médio e no Cursinho Anglo e comanda o canal “Gramática Sem Trauma”, no Youtube.
“Para ser um bom educador, é preciso manter a humildade e jamais imaginar que sabe tudo ou que seu conhecimento é suficiente”, atesta. A escritora afirma que aprendeu com o pai, vicentino há 65 anos, a importância da caridade e a pratica no Rotary Club de Salto, onde diz transformar sonhos em ações.
“Também amo o esporte. Fui da Federação Paulista de Handball e já joguei muito vôlei e tênis. Na Europa, jogava golfe e fazia aulas de esgrima. E, neste ano, venci um grande desafio aos 51 anos: subi, até com certa facilidade, o Mont Blanc, a mais alta montanha dos Alpes e da União Europeia, com 4,8 mil metros de altitude”.
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