Titular da Cadeira 27 da Academia Saltense de Letras, escritor, que aniversaria em 5 de maio, disse que esse é o seu presente

Capa do novo livro do escritor Valter Berlofa, que deve sair em dois meses pela Fox Tablet

Quem perguntar a Valter Berlofa Lucas, Cadeira 27 da Academia Saltense de Letras, patrono Luís Vaz de Camões, como ele se vê hoje, ao completar 55 anos na sexta-feira, 5 de maio, vai ouvir como resposta rapidamente que ele está no auge da carreira, com reconhecimento profissional e financeiro; inspirado para escrever e realizado no casamento, mas, de verdade, se perguntar e o que mais, vai ouvir que ainda falta alguma coisa e o que falta é mergulhar de vez no mundo da literatura, produzindo sem parar.

“Eu me considerava apenas um apaixonado por escrever, que ainda não se compreendia como escritor, mas agora isso mudou”, disse ao contar que se colocou um desafio: escrever uma crônica todos os dias por 30 dias. Intituladas inicialmente “        Minhas palavras soltas”, elas começaram a surgir cada vez com mais facilidade. Resultado: o desafio já foi vencido há tempos. “Estou há 60 dias escrevendo sem parar e feliz com o resultado, porque isto é exatamente o que eu queria. É o meu presente de aniversário”.

Assustado com a produtividade e com a criatividade, Valter Berlofa procurou amigos, como a ex-presidente da Academia Saltense de Letras Anna Osta, Cadeira 2, patronesse Rachel de Queiroz, e mostrou os trabalhos. Recebeu incentivo para continuar. Fez o mesmo com vários outros amigos pelo whatsapp. Publicou os conteúdos nas páginas do Facebook, Linkedin e no site “O vira-lata Sargento”, nome do seu primeiro livro. Os comentários e o retorno que recebeu o incentivaram ainda mais.

Gabrielle Berlofa, Ana Maria Carneiro de Camargo e Antônio Oirmes Ferrari no lançamento do primeiro livro

Outro amigo não ficou só nos elogios. Jean Frédéric Pluvinage, também acadêmico, titular da Cadeira 26, patrono Sócrates, dono da editora FoxTablet, especializada em publicações digitais para tablets, encampou a ideia que surgiu no meio dos elogios: fazer um novo livro. Com isto, Valter Berlofa já entregou os originais ao editor e ganhou da ex-presidente da Academia Anna Osta o prefácio. “Estou muito empolgado com a repercussão dessas crônicas. Até pensei em parar depois de superar o desafio, mas não consegui”.

 

Vocação de criança

Embora considere que se descobriu realmente como escritor agora, Valter Berlofa já tinha uma vocação nata. “Sempre fui um leitor voraz. Busquei ler um pouco de tudo. Gosto de ler sobre aventuras, textos investigativos e mitologias. Gosto de lendas e tudo ligado aos deuses, sejam nórdicos, gregos, egípcios ou romanos. Desde bem pequeno sempre tive a imaginação fértil”, disse. Ele conta que ia dormir e se transformava em super-herói com poderes fabulosos. “Pegava no sono rapidinho de tanto viajar”.

Boa parte dessa criatividade natural, ele atribui aos estudos puxados de língua portuguesa na escola do Sesi. “Tínhamos muitas tarefas de redações. Já naquela época eu tinha muita facilidade para desenvolver bem qualquer tema. Na terceira série eu escrevi uma história sobre uma viagem para Plutão, que tinha naves espaciais e alienígenas que construíam a sua própria nave. O texto ficou tão maluco que a minha professora me inscreveu em um concurso de todo o Sesi. Na época, foi maravilhoso: eu tirei o primeiro lugar”.

O garoto Arthur, filho de Ana Claudia Chiari, esperando autógrafo

A relação com a literatura também passa pelo jornalismo. Embora não tenha estudado para a profissão, Valter Berlofa conseguiu o registro de jornalista profissional pela prática. “Eu tenho o registro, mas gostaria muito de ter feito faculdade de jornalismo”. O primeiro contato foi a publicação da sua redação vencedora no jornal interno do Sesi. Depois, ele lançou o jornal “O Espaço Norbertino”, com assuntos da Ordem de São Norberto – Premonstratenses. E ainda teve outro jornal na Altena Targetti.

 

Pastoral Fé e Política

Alguns dos participantes e apoiadores da Pastoral Fé e Política em uma das ações do movimento

A militância no jornalismo e a sua ligação com ações sociais levaram Valter Berlofa a integrar o movimento em Salto chamado Pastoral Fé e Política, em 2002. O movimento discutia assuntos da cidade e o projetou na mídia da região. Durante oito anos, ele foi coordenador do movimento e escreveu artigos semanais. Seus artigos preencheram as páginas dos principais jornais da região por mais dois anos ainda. Eles tinham cunho social e sempre tratavam das políticas voltadas para os que mais precisam.

Em 2007, Valter Berlofa foi editor-chefe do jornal “Comunicação Popular”, fundado pelo radialista Claudinho Nascimento (já falecido e que foi seu grande amigo). “Eu gostava muito daquele jornal e do trabalho que fizemos lá”. Outro trabalho que ficou na memória foi a secretária eletrônica do jornal Taperá. “O saudoso Valter Lenzi (acadêmico também falecido e fundador do jornal) me disse: não vou te dar uma coluna no meu jornal, mas na secretária eletrônica você tem espaço sempre. Era nosso pequeno segredo”.

Essa relação teve mais um momento marcante para o escritor Valter Berlofa. “Quando fui tomar posse como acadêmico, o Valter Lenzi veio me cumprimentar e segredou no meu ouvido: não esqueça de mencionar que você foi cronista do jornal Taperá. Aquilo foi muito marcante para mim, porque entendi que o que a gente escrevia era bom para o jornal e não só bom para nós. Isto é gratificante e agora, que não temos mais o Valter Lenzi conosco, é uma passagem que faço questão de lembrar em homenagem a ele”.

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