MEUS FANTASMAS, MEUS MEDOS
MEUS FANTASMAS, MEUS MEDOS
Por Andrade Jorge
Os meus medos giram num quarto escuro, onde os fantasmas alegóricos engolem minhas aspirações, respiram minhas verdades, volatizando-as no atro dos meus pecados.
Busco em vão a luz no fim do túnel, porém as correntes do ego aprisionam-me nas barras dos receios, mas liberam o egoísmo disfarçado nas ações do cotidiano.
No mundo dos meus medos as comportas da fraqueza são escancaradas, jorram a covardia nos momentos cruciais da imposição da personalidade. Essa região escura que mascara sentimentos onde a credibilidade usa capuz para impressionar o outro com objetivo único de amealhar benefícios com induções e pragmatismo, são desvios que me afoga.
Essa máscara dos baixos sentimentos, esse capuz que cobre a credibilidade refletem o medo de encarar o mundo real de frente, vivo essa dualidade do ser que aparenta e o ser que realmente é.
Os medos que me fazem sorrir ou chorar pelas sensações de outrem, me submetem à consciência de quem sou ou que faço ou fiz. Alguém a espera de resposta.
O mundo das minhas distorções urge uma vivência mais ampla, entretanto preso nos meus dogmas indefinidos omito emoções, olvido pseudo-amores, crio fantasmas de mim mesmo. Desejo ser e estar em outros mundos. Desejo ser o alvo.
Os meus medos enfraquecem minhas resistências, o meu porto seguro desmorona nos ventos da intolerância, do orgulho e neste redemoinho sou a pluma que baila no ar sem chão para descer, sem mão para aparar.
Os meus medos e receios superam-me na invisibilidade, o oxigênio falta, falta-me a confiança, falta-me a fé, a fé em mim mesmo. Falta-me talvez um desígnio superior; Em meu interior a batalha há muito iniciou, sou um ser em convulsão tentando entender todos os medos que moram em mim.