Levo da vida
o olhar plácido, sereno
da rainha madrugada
aquarelando um novo dia;

Levo da vida
a expressão vitoriosa do dia
ao entregar-se ao acalanto
dos mistérios da dama noite;

Levo da vida
as letras que escrevi,
e fecho o livro
cujos versos já foram olvidados;

Levo da vida
um sorriso, um abraço,
o beijo não dado,
e o amor nunca declarado;

Levo da vida
o carinho de uma mão
que afagou minhas dores,
na certeza do breve reencontro;

Levo da vida a nudez
com a qual vim ao mundo,
e se lágrima houver, seja pra aliviar a saudade
de quem ficou.

Não levo da vida
a ingratidão,
a incompreensão,
nem a falsa amizade.

13/08/08
Andrade Jorgeunivero

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