Intertextualidade: Benedita e Damien
Texto publicado em março de 2018 no Jornal Primeira Feira.
Publico aqui em homenagem à Benedita de Rezende, Patronesse da Cadeira de nº 15, ocupada pela Confreira Profª Damien Pacheco.
Boa leitura!
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No último dia 08 de março foi comemorado do Dia Internacional da Mulher. Na história da cidade de Salto muitas são as mulheres que contribuíram e continuam contribuindo de forma expressiva para o desenvolvimento da cidade. Mulheres que eram e ainda são operárias, mães, donas de casa, poetisas, musicistas, professoras, artistas, advogadas, entre outras atividades que realizam com maestria.
A história das mulheres saltenses vem me chamando a atenção cada vez mais. Em uma das conversas após uma reunião da Academia Saltense de Letras com a professora Maria Damien Ignácio Pacheco, a querida confreira me mostrou algumas informações que coletou ao longo dos anos de trabalho e pesquisa sobre sua patronesse na ASLe, a professora Benedita de Rezende. Um material rico, fantástico, daqueles que brilham os olhos de um entusiasmado pesquisador. São textos e poesias escritos pelas duas, ora se vê escritos da própria Benedita, ora se vê escritos da professora Damien que, com uma bela caligrafia biografou sua patronesse.
Benedita de Rezende nasceu em Taubaté, em 09 de maio de 1889. Em 1930 e nos dez anos seguintes, lecionou no Grupo Escolar Tancredo do Amaral. Além do português, falava e escrevia corretamente em língua inglesa e francesa, idiomas que escreveu alguns de seus poemas. Era uma exímia pianista. Professora Damien um dia me contou que, em um encontro na casa em que Benedita de Rezende morava, enquanto todos descansavam de um ensaio de teatro (arte que ela admirava muito), a pianista começou a tocar a introdução da ópera O Guarani, sem olhar partitura, tinha tudo na memória.
Professora Damien é sempre muito carinhosa ao falar da professora Benedita, logo no início da biografia, descreve-a de forma carinhosa:
“A beleza interior emanava de sua pessoa, radiosa como a aurora a espargir a luz. Com sua alegria e seu piano, transmitia a todos um enorme amor pela vida. Sempre um sorriso espontâneo e um entusiasmo contagioso, simplicidade e desprendimento, era extremamente sensível, valorosa, forte, dando-nos lições de fé e patriotismos. Dona de uma vasta cultura, tinha uma conversa muito atraente.”
Sem dúvida, a professora Benedita de Rezende é uma mulher que merece destaque e sempre ser lembrada pelo povo saltense. É uma alegria saber que professora Damien se dedica há anos pesquisando e divulgando com carinho e entusiasmo a memória de Benedita de Rezende.
Duas gerações, duas professoras exemplares, duas mulheres virtuosas. Professora Damien, tenho o prazer de conversar e ouvir suas histórias pessoalmente. Dona Benedita, tenho o prazer de conhecer através do resgate de memórias.
Fica aqui minha homenagem à duas mulheres de destaque para a cultura e educação saltense.