A Academia Saltense de Letras (ASLe) nasceu em 2008, motivada pela iniciativa da Secretaria da Cultura de Salto, representada pela então diretora de Cultura Vania Barcella, em organizar e manter coeso o segmento cultural da Literatura. Numa primeira reunião, no dia 19 de março daquele ano, na Biblioteca Municipal, compareceram 20 pessoas entre escritores, jornalistas, poetas, colunistas de jornais e revistas, radialistas e outros elementos ligados à Cultura.
A ideia era, segundo a explicação daquela funcionária, orientada pelo titular de sua pasta, o escritor Valderez Antonio Bergamo Silva, um desejo do então prefeito José Geraldo Garcia, com vistas a proporcionar a troca de ideias sobre Literatura, edições de livros, lançamentos etc.
Alguém dos presentes sugeriu que, em lugar de uma simples associação, se fundasse uma Academia de Letras, como ocorria em diversas cidades do Brasil. Houve controvérsias, pois alguns entendiam que era pretensão demais. Em razão disso, o assunto foi melhor debatido em várias reuniões que se seguiram.
O grupo se reduziu, com uns percebendo que não preenchiam condições e outros simplesmente não desejaram fazer parte do movimento. Mas os que persistiam chegaram à conclusão de que o melhor caminho era fundar a Academia Saltense de Letras - adotando-se de imediato, a sigla ASLe. Foi decisiva na convergência de opiniões a apresentação, por um dos presentes, de uma lista com os nomes de 32 saltenses que haviam escrito livros sobre os mais diversos temas. E aquele número não era definitivo, pois confirmou-se naquela, mesma reunião, a existência de mais 10 ou 12 saltenses que tinham obras publicadas.
A data escolhida para oficialização da ASLe foi o dia 16 de junho de 2008, aniversário de fundação da cidade de Salto, com 16 membros iniciais, considerados fundadores, servindo ainda esse número como uma reverência à Academia Brasileira de Letras, que iniciara suas atividades com 16 acadêmicos.
Às vésperas da oficialização foram aprovados o Estatuto Social e o Regimento Interno, bem como escolhidos os patronos das 40 cadeiras, entre eles dez saltenses ilustres. Cada um dos acadêmicos escolheu seu patrono ou patronesse, com exceção do escritor Ettore Liberalesso e do cineasta Anselmo Duarte que, por deferência especial do grupo, foram patronos das próprias cadeiras que ocupariam, sob alegação que ambos, em seus respectivos campos, haviam prestado relevantes serviços à sua cidade natal.
Além disso, Ettore foi eleito presidente fundador da ASLe e Anselmo, presidente do Comitê de Ética Acadêmica. Já como patronesse de toda a agremiação foi escolhida a escritora Zélia Gattai, cujo falecimento se dera no dia em que se reuniram os componentes do grupo fundador da ASLe.
(texto baseado em relato de Ettore Liberalesso)