Em palestra, escritora mostra como se tornou especialista em literatura infantil
Cynara Lenzi Veronezi já está no sexto livro voltado para as crianças e descobriu a manipulação de bonecos como forma de prender a atenção
A escritora e professora de educação infantil Cynara Lenzi Veronezi, titular da Cadeira 18 da Academia Saltense de Letras, patrono Dante Alighieri, mostrou aos acadêmicos no sábado, 5 de outubro, como se tornou especialista em literatura infantil.
Ela falou no Momento Literário, espaço criado pela diretoria anterior da Academia para tratar de literatura nas reuniões ordinárias, realizadas uma vez por mês, a convite da presidente Marilena Matiuzzi, Cadeira 39, patronesse Cora Coralina.
Durante a sua palestra, a escritora contou que a sua experiência foi desenvolvida sozinha, desde os tempos em que foi professora de educação infantil na escola Professora Maria Constança de Miranda Campos, na Vila Flora, até agora nas visitas que faz às escolas.
Cynara revelou que desenvolveu uma abordagem única para engajar os pequenos leitores, que é feita a partir da manipulação de bonecos de pano, e apresentou um trio que usa nas suas apresentações: a Juju, o palhaço Torresmo e o Zezinho.
“A boneca Juju não quer que os outros dois aprontem. Já o palhaço Torresmo é um dos que mais aprontam. Zezinho, que foi criado pela minha filha para trabalhar com alunos dela, é usado para lembrar o gosto pela leitura. Nas estrepolias dele, as crianças aprendem”.
Para a escritora, o uso dos bonecos foi uma grande descoberta, porque as crianças veem que é ela quem fala, mas ficam ligadas nos bonecos como se eles tivessem vida própria e se encantam com eles a tal ponto que se despedem deles e não dela ao final.
E ela concluiu que não só as crianças se envolvem com o aspecto lúdico dos bonecos. Prova disso foi que todos os acadêmicos presentes ficaram encantados com a apresentação por meio deles. A escritora foi aplaudida efusivamente depois que acabou.
Na sua palestra, Cynara falou dos desafios e das alegrias de escrever para o público infantil, destacando a importância de despertar o interesse pela leitura desde cedo e de receber pedidos de livros novos com base naquilo que os estudantes querem ler.
“Eles já me pediram um livro novo sobre as histórias que faço para o jornal e conto para eles e querem um livro sobre a minha vida de escritora e outro do Zezinho, que é muito inspirador para eles, o que já me faz seguir por esse caminho e isto é muito bom”.
Ela já tem um livro pronto com 100 histórias e que deve entrar em gráfica este mês. Quanto aos outros está estruturando um projeto para atender os pedidos. Na opinião da escritora, o contato presencial que tem enriquece muito o seu trabalho.
“Vou falar no Caic esta semana e lá são 600 estudantes. Eu vou às escolas sempre. Cada contato que tenho me faz melhor para continuar esse trabalho. Não há inteligência artificial que supere isso”, resumiu a escritora ao final da sua fala.
Na carreira de escritora infantil, já são cinco livros lançados: “Historinhas”, “Historinhas pra contar”, “Minha fiel escudeira e eu”, “A pandemia no reino encantado” e “E foi assim que aconteceu… Salto”. Agora está a caminho o sexto, que se chamará “Vamos de História”.