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O mundo ocidental não pode fazer vistas grossas como tem feito em relação à carnificina que se instalou na Síria nos últimos cinco anos de guerra civil pelo qual o país vem passando. Já são mais de 250 mil mortos, entre os quais estão 7 mil crianças e mais de 5 mil mulheres, sem contar médicos e profissionais indispensáveis à saúde.

A ação de combate ao regime de Bashar Al-Assad envolve, é claro, questões muito mais complexas, como o equilíbrio de forças entres os países mais desenvolvidos e até uma terceira guerra mundial. Isto porque países como Irã, China e Rússia são aliados declarados do ditador e se manifestaram contra qualquer sanção internacional.

Em função dessas forças unidas, até agora a União Europeia e os Estados Unidos impuseram apenas sanções econômicas unilaterais contra a Síria, mas nunca agiram de forma mais enérgica. Além da União Europeia e dos Estados Unidos, a Liga Árabe e a ONU também condenam a violência e a repressão impostas pelo regime sírio.

Mas, enquanto as ações do ocidente e da União Europeia, Liga Árabe e ONU ficarem apenas nas recomendações e nas tentativas de paz, os civis vão continuar sendo mortos ou impedidos de existir, o que significa que não conseguem sair desse círculo vicioso de violência e não evoluem nem física e muito menos economicamente.

Relatório divulgado em março último pela Unicef revela que uma geração inteira será perdida na Síria se os direitos e necessidades de 8,4 milhões de crianças de lá não forem atendidos. Esse número corresponde a 80% da população infantil do país, que está sendo dizimada nos ataques ou vivendo sem expectativa como refugiada.

O regime de Bashar Al-Assad comanda o país com mão de ferro há 50 anos. O atual desde julho de 2000 e antes pelo pai dele, Hafez Al-Assad. Talvez alguém dirá o que nós temos a ver com isso? Muito. A repressão ao presidente sírio não ocorreu por causa da ajuda militar da Rússia, China e Irã e também por causa das armas químicas deles.

O mundo corre risco.

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