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O nível de intolerância entre as pessoas, por conta da temperatura política dos últimos dias, extrapolou todos os limites e requer uma reflexão urgente de toda a sociedade, de modo que possamos evitar o pior daqui para frente, uma vez que a tendência são os ânimos ficarem ainda mais acirrados, não só pela possibilidade real de impeachment da presidente da República quanto pelas eleições municipais.

O que se viu nesta semana, encerrada no último sábado, com três cusparadas públicas em tão pouco tempo, é um absurdo, para dizer o mínimo. É inadmissível que autoridades e personalidades, como o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), que cuspiu no também deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), e o ator José de Abreu, que cuspiu em um casal em São Paulo, encarem isto como reação normal.

E o alerta aqui vale para toda a sociedade, que também está encarando dessa forma, como se cuspir no outro fosse uma maneira de ganhar a discussão. As pessoas estão se dividindo entre PSDB e PT e a vida prática não tem essa divisão. Tucanos e petistas devem conviver, ainda que tenham opiniões diferentes e mais que isto: antagônicas. Até porque a divisão não contribui para melhorar o país e nem as pessoas.

Talvez nem todos se recordem, mas há 25 anos o ex-jogador Neto, ex-Corinthians e hoje comentarista esportivo de TV, carrega nas costas o peso de uma cusparada. Naquela época, não havia redes sociais ou sequer internet, mas a cena em que ele desfere uma cusparada no rosto do juiz José Aparecido de Oliveira, que o expulsara da partida entre Corinthians e Palmeiras pelo Paulista de 1991, correu o mundo.

Por essa situação é possível se avaliar o quanto os limites foram ultrapassados agora. Jean Wyllys e Bolsonaro foram às redes sociais para se defender e agregaram torcidas. José de Abreu usou dez minutos do programa do Faustão para também se defender.  Nem um nem outro se arrependeram do gesto como Neto se arrepende todos os dias. Ao contrário, se vangloriam para jogar para as suas torcidas.

Muitas amizades têm se perdido, até familiares estão deixando de se falar e as brigas físicas acontecem nas ruas, assim como as provocações, como no caso do ator José de Abreu. Nem ele tem o direito de cuspir nem o advogado e sua acompanhante o de ofendê-lo por ele ser petista. A cusparada de Jean Wyllys e as perseguições empreendidas por Bolsonaro a ele por ser gay também são descabidas.

É preciso paz e respeito.

 

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