Crônicas de viagens IV – Itajaí
Texto publicado na edição de 26 de setembro de 2020, no Jornal Primeira Feira.
Coluna: um dedinho de prosa
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Uma viagem que me marcou muito foi entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018, quando partimos para Itajaí – SC, mais uma vez de moto. Na verdade, toda virada de ano, Paula, eu e alguns amigos acampávamos na praia da Ilha Comprida e depois, como é nosso período de férias escolares, continuávamos a viagem para Sul. No meio do caminho, a gente parava em Curitiba, uma cidade que muito me encanta, vários fatores chamam a atenção ali, dois deles são a organização e limpeza. Lembro-me da primeira vez que fui conhecer o Museu Paranaense e o Museu do Olho, lugares incríveis.
O caminho para Santa Catarina é lindo, a cada curva nos aparecia um morro enorme, bem verde, é a natureza esbanjando sua beleza. Estava muito quente, paramos em uma pequena lanchonete rodeada pelos morros e, na frente daquela lanchonete, uma Igreja. Passou pela minha cabeça: quem poderia frequentar os cultos ali naquele templo? Não identificamos sequer um vilarejo próximo dali. No terreno da lanchonete havia uma bica d’água, praticamente tomei um banho, porém vestido com a calça que rapidamente secou ao continuar a viagem.
Já em Itajaí, no litoral catarinense, fomos procurar um lugar para nos hospedar. Encontramos um hotel, após realizarmos o check-in, descobrimos que aquele imóvel havia sido o primeiro prédio da cidade e era tombado como patrimônio municipal. Estava hospedado no lugar certo. A noite estava muito quente, fomos até o Mercadão tomar algumas bebidas, estava tendo show ao vivo e o músico cantava À Palo Seco, de Belchior:
“Tenho vinte e cinco anos
De sonho e de sangue
E de América do Sul
Por força deste destino
Um tango argentino
Me vai bem melhor que um blues”
Eram vésperas para eu completar vinte e cinco anos, aquela música, a minha companheira ao meu lado, o calor de Itajaí, a viagem de moto, tudo isso foram experiências incríveis. Rimos muito, aproveitamos muito as belas praias que nos encantaram, vivemos o local, hoje tudo isso nos proporcionam crônicas de viagens.