CABREÚVA – CIDADE DA AMIZADE – CIDADE PARA PASSEAR
Texto publicado na edição de 26/03/2021 do Jornal Primeira Feira
Coluna: um dedinho de prosa
***
O texto desta semana foi escrito pela amiga cabreuvana Maria Daniela B. de Camargo Paulino, professora de História e atualmente Secretária de Cultura e Turismo de Cabreúva.
Boa leitura!
No dia 24 de março, a cidade de Cabreúva completou 162 anos de sua emancipação política, por meio de lei decretada e sancionada pela Assembleia Legislativa Provincial em 1.859. Eram meados do Segundo Reinado no Brasil, marcado pela centralização política do Imperador D. Pedro II. De lá para cá, a pequena vila cresceu, mas guarda ainda patrimônios bem preservados, como a Reserva da Serra do Japi; o Centro Histórico, com destaque para a Igreja Matriz Nossa Senhora da Piedade, da década de 1850; e o jeito acolhedor de seus moradores e de sua paisagem de cidade pequena do interior.
É conhecida também por seus slogans: Cidade da Pinga, devido à produção da famosa bebida, conhecida em todo o Estado, e Cidade da Amizade, devido à simpatia dos seus moradores. Atualmente, centenas de pessoas passam por aqui para passear, praticar esportes e guardar memórias. Para uma cidade que tem no turismo uma fonte de renda importante, estar nas memórias e boas lembranças das pessoas é uma propaganda muito boa para atrair novos visitantes.
Hoje quero contar sobre a passagem de um visitante em especial. O Barão de Langsdorff, um nobre alemão que chefiou uma importante expedição de cientistas europeus, enviados pelo governo Russo que percorreram o Brasil no século XIX.
Sua viagem está toda descrita em seu diário, conhecido como Diário de Langsdorf. É nele que o Barão descreve sua estadia em nossa futura cidade, até então uma pequena Freguesia. Na viagem de Jundiaí a Itu, na mesma estrada que hoje é a Rodovia D. Gabriel Paulino Bueno Couto, ele descreve, no dia 15 de novembro de 1822, sua primeira parada por aqui: o Jacaré. Suas lembranças são: a natureza de morros, colinas e capoeiras, o clima quente e a culinária que almoçou por aqui, um leitão que traziam na viagem.
Ainda em visita à cidade, sua comitiva, que não era de Romaria, nem de bicicletas, mas sim de mulas, encontrou hospedagem na Fazenda Pinhal, na época produtora de cana-de-açúcar. Depois então de “curtir” nossa paisagem, nosso clima, e nossa amizade, se despediu da cidade com sua comitiva e chegou ao se destino: Itu, no dia 17 de novembro de 1822.
Nossa cidade é cheia de histórias e não é de hoje, que é a uma cidade acolhedora!