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Informações gerais

Cadeira: 10
Posição: 2
Ocupantes anteriores: Genézio Migliori
Data de nascimento: 22/03/1975
Naturalidade: Salto/SP
Patrono: Jota Silvestre
Data de posse: 06/06/2020

Biografia

Jornalista, pós graduado em comunicação pela FGV, mestre em administração pela Unimep e Doutor em Educação pela Unicamp.

Bibliografia

Discurso de posse

Senhora presidente da Academia Saltense de Letras, Jornalista Anna Osta, a quem tenho a honra de agradecer pela indicação e apresentação de meu nome..... uma honra tê-la como madrinha na Asle.

Senhor presidente eleito para o biênio 2020, 2022, Joao Carlos Milioni

Senhoras acadêmicas, senhores acadêmicos.

Bom dia

Meus nobres pares aqui estou, cumprindo o velho e sábio, rito acadêmico de incorporar-me à Asle, recordando também Genésio Migliori que me antecedeu na Cadeira 10, cujo patrono é o saltense João Silvestre.

Meditei nesses dias pela posse acadêmica, buscando o que dizer.

Queria alguma coisa que me unisse à Comunidade em que hoje me integro: dos acadêmicos presentes, dos acadêmicos de ontem, dos acadêmicos de amanhã.

Comunidade esta que pesquisa, estuda a divulga as letras, as artes e a cultura, de Salto e região, valorizando a Língua Portuguesa, o amor à poesia, o apoio às obras literárias, o desenvolvimento cultural da comunidade e o culto ao belo.

Está absolutamente certo. A valorização da Língua Portuguesa clama por reforço.

Está absolutamente certo. Vibrando toda vez que pronunciava esse bordão, o jornalista, radialista e escritor J Silvestre entrou para a história como um dos pioneiros da televisão brasileira.

Em seu camarim na rede Manchete de Televisão, em 1998, J Silvestre me recebeu para uma entrevista. Nossa conversa durou um pouco mais de 2 horas e rendeu uma matéria que fora publicada em 26 de novembro do mesmo ano, no Jornal Tapera.

Entre todos os assuntos que discorreu, merece destaque para esta manha, o título da entrevista publicada há mais de 20 anos: “A INTERNET SERÁ A TELEVISÃO DO FUTURO”. Quantas coincidências....quem diria que esta entrevista seria revisitada e o seu título fosse a ideal alternativa para a posse na ASLE neste momento.

Durante nossa conversa falamos sobre o Grupo Escolar Tancredo do Amaral, do Clube Ideal, do Cine Rui Barbosa que seu pai construiu, no local onde funcionou o Cine São Bento,  para atender um pedido do seu irmão, de sua trajetória profissional e do fato de ter uma rua em sua homenagem ainda em vida.

Filho de imigrantes italianos, J. Silvestre fez o curso ginasial na cidade de Itu  e no final da década de 30 mudou-se para São Paulo para cursar a Faculdade de Direito.

Silvestre começou a sua carreira profissional no rádio, no ano de 1941, atuando como locutor. De 41 a 45 trabalhou na Rádio Bandeirantes.

Em 1945 transferiu-se para a Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, de onde partiu para realizar seu primeiro trabalho em Propaganda, na Standard.

Em 1946,  voltou para São Paulo,  para o radio-teatro, na Rádio Cultura.

Foi nessa estação, em 1947, que se iniciou na carreira de animador e apresentador de programa de calouros.

Retornou em 1950 à Rádio Tupi e no mês de setembro participou, como apresentador, da primeira transmissão da Televisão Tupi em caráter experimental, num programa estrelado por José Mojica.

Em 1952 transferiu-se novamente para São Paulo, permanecendo na TV-Tupi, e foi, na época, um dos primeiros profissionais brasileiros a escrever e interpretar telenovelas. Entre elas a de maior destaque, "Os Quatro Filhos".

Acumulou uma vasta bagagem de contos, novelas e peças de radioteatro e foi em 1956, na Televisão, que J. Silvestre registrou o seu grande sucesso como apresentador de "O Céu é o Limite".

Com o advento da Embratel, lançou o primeiro programa em cadeia no Brasil, "Domingo Alegre da Bondade.

Foi nomeado Presidente da Rádiobrás pelo Presidente João Figueiredo.

Prosseguiu em sua carreira nos anos 80, no SBT ("Show Sem Limite" e "A Mulher é um Show") e TV Bandeirantes ("Programa J. Silvestre, sempre com muito sucesso e líder de audiência no seu horário.

Silvestre morreu aos 77 anos, em Fort Lauderdale (Flórida, EUA), onde morava.

Seu corpo foi cremado e as cinzas, jogadas ao mar. J. Silvestre foi casado com Nívea Ranzani Silvestre, com quem teve quatro filhos: Alexandre, Pedro, Paulo e João.

Senhoras, senhores,

Vamos, agora, à recapitulação do confrade que me antecedeu na Cadeira 10 desde a fundação da Academia Saltense de Letras até setembro de 2019: Genézio Migliori. Peço licença para respeitosamente ocupar a sua cadeira pela segunda vez.....sim....outra feliz coincidência.

Em 1985, por ocasião de uma apresentação teatral da fundação do Coleginho,  coube a mim representa-lo e ocupar a sua carteira  em seu primeiro dia de aula, uma vez que fez parta da primeira turma da escola. Depois, por inúmeras vezes, tive o privilegio de ouvi-lo durante um café em sua casa ao lado da sua esposa Maria Janete Leite. Foram doses generosas de café e também de muita sabedoria.

Hoje, 35 anos depois daquela encenação, a cena se revive em minha memória. Prometo honrar a sua história e a cadeira 10.

Genésio Migliori nasceu em Salto, estudou no Coleginho, na escola Anita Garibaldi e na Escola Junqueira Ortiz, em Itu. Aos 14 anos ingressou na Brasital. Ocupou por diversas administrações, cargos na Prefeitura de Salto e por duas ocasiões, mesmo não sendo eleito, assumiu uma cadeira na Câmara Municipal.

Na imprensa sempre teve uma atuação muito peculiar. Foi colunista do jornal O Liberal, onde chegou a diretor. Colaborou no Jornal Taperá, O Trabalhador, Cidade Jornal, Primeira Feira, Radio Cacique, Radio Vale e Radio Convenção.

Genésio exerceu inúmeras outras atividades culturais e sociais com destaque aos trabalhos realizados junto ao Lions Salto, Associação de Educação do Homem do Amanha, Sociedade Socorro Mútuo, Clube dos Casados de Salto, Comissão de Nomenclatura e Ruas e Logradouros Públicos e Academia Saltense de Letras.

Genésio Migliori faleceu em 7 de setembro de 2019.

Caríssimos confrades.... os bandeirantes embrenharam nesta terra há quase 322 anos. Gente de todos as partes chegaram, e continuam enriquecendo a nossa cultura.  Olhando a cascata, as praças floridas e os bandos de taperas, comprometo-me a honrar a cadeira 10 e contribuir junto a vocês, na missão de divulgar as letras e a  cultura de nossa querida cidade de Salto.

OBRIGADO A TODOS