Aluísio Azevedo – 2021 – Parte 3 de 4
UM ESCRITOR, MUITOS GÊNEROS….
Na pesquisa para busca dos repositórios das obras de Aluísio Azevedo que divulguei na semana passada acabei por descobrir que meu patrono foi muito versátil nas obras que produziu. Dentre os gêneros que publicou encontrei: Romances, Contos, Crônicas, Poesias, Cartas, Peças Teatrais e Notas em periódico.
Esse transito por diferentes estruturas literárias é rica, pois reflete a vida do autor: Locais, anseios, carreira, momentos pessoais e políticos. Encontrei também os pseudônimos que Aluísio já utilizou: Aliz-Alaz, Pitribi, Asmodeu, Luinho, Vitor Leal, Rui Vaz, Acropólio, Geronfle, Semicúpio dos Lampiões, além de seu nome completo: Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo. Os pseudônimos também não foram poucos. Minha opinião, derivada da pesquisa, é que Aluísio – como outros escritores abolicionistas – mantinha certo anonimato com o uso de tais pseudônimos. Além do movimento abolicionista Aluísio participou de trabalhos de cunho Anticlerical, onde produzia caricaturas e as publicava antes dos textos.
Como destaques na postagem de hoje, trago uma caricatura e um poema da autoria de Aluízio de Azevedo, a seguir:
Caricatura de Aluísio Azevedo no periódico O Mequetrefe. Ed. 97 de 10 de abril de 1877. “E o povo… o povo também é rei, e como Jesus! Para beber o fel, para morrer na cruz”
Fonte: QUELUZ, M. L. P. (2016, p. 150)
POBRE AMOR
Calcula, minha amiga, que tortura!
Amo-te muito e muito, e, todavia,
Preferira morrer a ver-te um dia
Merecer o labéo de esposa impura!
Que te não enterneça esta loucura,
Que te não mova nunca esta agonia.
Que eu muito soffra porque és casta e pura,
Que, se o não foras, quanto eu soffreri!
Ali! Quanto eu soffreria se alegrasses
Com teus beijos de amor, meus lábios tristes,
Com teus beijos de amor, as minhas faces!
Persiste na moral em que persistes.
Ah! Quanto eu soffreria se peccasses,
Mas quanto sofíro mais porque resistes!
Obs.: Termos originais foram mantidos.
Referência:
QUELUZ, M. L. P. Humor e política nas caricaturas de Aluísio Azevedo. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 8, n. 18, p. 134 – 153. maio/ago. 2016. Disponível em: em <http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2213/1/humorpolticacaricaturasalusioazevedo.pdf>, acesso 09 de Jan de 2021