Texto publicado na edição de 31 de julho no Jornal Primeira Feira.

Coluna “um dedinho de prosa”

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“A uma pequena distância, cai uma granada. Não a ouvi aproximar-se e levei um susto terrível. No mesmo momento, um medo insano apodera-se de mim. Aqui estou, sozinho e quase perdido na escuridão. Talvez dois olhos me estejam observando, há muito tempo, de uma outra vala, e uma granada de mão esteja esperando, pronta para ser lançada e fazer-me em pedaços. Tento controlar-me. […]

É tudo em vão. […] Na minha imaginação, vejo, atormentado, a pavorosa boca cinzenta e implacável de um fuzil que me ameaça silenciosamente e que acompanha os movimentos de minha cabeça; o suor irrompe por todos os poros.”

Os dois parágrafos citados acima estão no livro Nada de Novo no Front, escrito pelo alemão Erick Maria Remarque. O autor se alistou e combateu na Primeira Guerra Mundial. Após o conflito, ele retorna para a Alemanha e atua em diversos trabalhos, tendo se destacado como escritor. No livro, Remarque traz a narrativa de suas experiências vivenciadas durante a guerra. Pode-se notar o grande abalo, não só físico, mas também psicológico deixado pela guerra naqueles que estavam no “front”.

O que pode ser considerado o estopim da guerra, em 1914, foi o assassinato daquele que seria o herdeiro do Império Austro-Húngaro, o arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa, por um grupo de nacionalistas sérvios que buscavam desencadear uma revolução contra o Império citado. Aconteceu que o fato tomou proporções bem maiores do que o imaginado. Um mês depois do assassinato, Áustria-Hungria declara guerra à Sérvia.

Acontece que, anos antes (como já citado no texto anterior) as potências europeias já estavam se desentendendo por motivos externos, como a partilha da África durante o imperialismo europeu. A Alemanha, que teve seu Estado nacional formado apenas após a segunda metade do século XIX, saiu atrasada na partilha colonial, porém se desenvolveu de maneira muito rápida, sendo em 1900 maior em determinados setores do que a poderosa Grã-Bretanha. Por outro lado, tinha que lidar com o sentimento de revanchismo dos franceses, isso porque estes haviam perdido os territórios de Alsácia e Lorena – que eram ricas em minérios – para os alemães.

Outro fato na Europa, em momentos antes de estourar a Primeira Guerra Mundial, foi a chamada “corrida armamentista”. Com a disputa imperialista, as potências desenvolveram a indústria de guerra com o aprimoramento de armamentos mais destrutíveis e mais eficientes em um conflito. Nos anos próximos à guerra, havia um grande acúmulo de armas, não tendo como estocar, isso contribuiu para o avanço da Primeira Guerra Mundial.

Meu amigo leitor, no texto de hoje você acompanhou comigo alguns antecedentes históricos da Primeira Guerra Mundial. Não citei nenhum jornal local pois considerei válido contextualizar os acontecimentos. Acompanhe comigo os próximos textos.

Bom fim de semana a todos.

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