Escritor produziu continuamente textos para os jornais de Salto nesse período e, como define, o seu assunto preferido é o que vê e o que sente

 

O escritor Chico Garcia, que também já atuou como desenhista e professor

Se perguntado sobre o ofício de escrever, Francisco Carlos Garcia, o Chico Garcia, como é mais conhecido, vai se esquivar dizendo que é apenas um diletante do meio, mas há tempos, mais de 40 anos com certeza, ele vem escrevendo crônicas na imprensa de Salto e são tantas e há tanto tempo que até jornais já deixaram de existir, mas os seus registros não: afinal, eles já estão consolidados.

Chico é especialista no gênero crônica, que é uma espécie de conversa rápida com o leitor. Do alto da sua experiência como ex-seminarista (esteve nas fileiras do Seminário dos Premonstratenses entre 1964 e 1970) e de uma larga experiência de mais de 20 anos como desenhista na iniciativa privada e professor universitário, ele não tem assunto proibido. “Falo do que vejo e do que sinto”.

Foi essa consolidação como cronista que o levou a ocupar a Cadeira 13 da Academia Saltense de Letras, onde é um dos 16 escritores-fundadores e tem como patrono outro bom contador de histórias: Monteiro Lobato. A sua constância em escrever pode ser observada pelas participações nas coletâneas da Academia. Chico é um dos poucos que participaram de todas as publicações até hoje.

“Não tenho planos de escrever um livro só meu”, confessou ao fazer 69 anos na sexta-feira (23). “Só tenho gratidão pelas circunstâncias que me levaram a ser quem sou”, se define em relação à literatura e como cidadão. Humilde, Chico Garcia se diz feliz por conviver com escritores e aprender com a vida. “Tive a sorte de ter bons amigos, uma mulher incrível e filhos maravilhosos”.

 

Curiosidades

Chico Garcia sempre foi católico praticante e chegou a ser seminarista

Mas, se decidisse escrever um livro sobre a própria vida e se ele fosse de crônicas, o escritor Chico Garcia teria muitas histórias engraçadas e curiosas para contar, que certamente prenderiam o leitor. A começar pelo seu nascimento, registrado por ele da seguinte maneira: “Nasci às 5h30 de uma madrugada assolada por um grande temporal e pelas mãos da parteira Anastácia Rigolin”.

Na primeira infância, a avó e madrinha Isabel já observava que era um garoto grande, calmo e extremamente comilão. Nasceu na véspera de São João, o que poderia supor alguém diferente de calmo. Mas, talvez por essa diferença, tenha recebido o nome-homenagem do grande cantor “El broto”, Francisco Carlos, o rei do rádio carioca da década de 50, conhecido pelas canções românticas e ternas.

 

Incansável

Chico passou a infância inteira na mesma casa, onde veio ao mundo e onde sua família viveu por muitos anos, uma casa modesta na Rua 7 de Setembro, no Centro de Salto.  Não foi só católico praticante e seminarista, mas também coroinha de Monsenhor Couto. Fez o antigo colegial na Escola Paula Santos, fez Comunicação na PUC Campinas e fez desenho industrial.

Formado e fora do seminário, casou-se com Rute, com quem divide o olhar para a vida com mais amor há 45 anos. Morou no Rio de Janeiro. Trabalhou como projetista e outras funções por 20 anos na antiga Emas. Teve os filhos Juliana e André e voltou para a faculdade. Fez mestrado em Administração. O incansável Chico ainda deu aulas por mais de 20 anos no CNEC, UniSantana e Ceunsp.

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