Crônicas de viagens V – San Jerónimo
Texto publicado na edição de 03 de outubro de 2020 do Jornal Primeira Feira.
Coluna “um dedinho de prosa”
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Quando vou conhecer um lugar novo, gosto de fazer o chamado turismo cultural que é aquele com manifestações da cultura popular, da observação do patrimônio (material ou imaterial), visita aos museus ou sítios arqueológicos. Ali temos a oportunidade de aprender na prática determinadas situações históricas e, a quantidade de descobertas que podemos fazer, é enorme e enriquecedora.
Na nossa visita para a cidade de Madrid, pudemos contemplar os museus de artes que são espetaculares, pudemos ver obras que até então apenas havíamos visto em livros ou sites da internet. Das grandes experiências que tivemos e que nos emocionou bastante, foi olhar a beleza do quadro Guernica, de Pablo Picasso, as lágrimas escorreram e, por alguns minutos, ficamos paralisados ao observar aquilo tudo. O quadro Guernica se encontra exposto no Museu Reina Sofia.
Das descobertas, pudemos conhecer as obras do artista espanhol José de Ribera (1591-1652), tais obras mexeram bastante comigo e, desde então, vez ou outra entro no site do Museu do Prado para ver as obras do artista. Uma das primeiras que vi foi a tela intitulada San Jerónimo, santo que foi lembrado no último dia 30 de setembro, sendo a data de sua morte, no ano de 420, aos oitenta anos de idade.
Jerônimo nasceu onde hoje é a Croácia e ficou marcado como o tradutor das Sagradas Escrituras. Era filósofo, historiador, teólogo, escritor, doutor da Igreja, dentre outras atividades. Nasceu em uma família rica e, após a morte do pai, foi morar em Roma, onde aprendeu o Latim e estudou obras de autores gregos e, principalmente, leituras relacionadas com a vida espiritual. Após ser batizado com vinte e cinco anos de idade, pelas mãos do Papa Libério, foi se dedicar à vida monástica na Gália (hoje o país da França).
No século IV, foi chamado pelo Papa Damaso para ser seu secretário particular e ficou encarregado pela tradução da Bíblia do grego e do hebraico para a língua popular, o latim. Seu conjunto de traduções ficou conhecido como Vulgata (popular). Sua famosa frase “ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”, expressa bem seu pensamento e preocupação com os estudos teológicos.
Descobertas como essas das obras de Ribera fazem bem para nosso crescimento pessoal e profissional, nossa experiência com São Jerônimo, pintado pelo artista espanhol, rendeu esta crônica de viagem.
Bom fim de semana a todos!