Como comemoração do aniversário da cidade de Salto (16 de Junho), o Jornal Primeira Feira lançou um caderno especial, na edição de 12 de Junho, com dez textos sobre os encantos de nossa terra. Tive a honra de ser um dos convidados para escrever um dos textos. Você irá ler sobre a Rocha Moutoneé, um importante patrimônio geológico em nossa cidade.

Boa leitura.

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Um lugar de grande importância para a cidade de Salto, bem como para a região, é o Parque Rocha Moutoneé. Além de ser um ponto turístico bem agradável para passar uma tarde, é também uma valiosa fonte de estudo acerca do nosso passada geológico, sendo, portanto, visitado por curiosos e pesquisadores do tema.

Segundo o historiador Ettore Liberalesso (1920-2012), por volta de agosto de 1989, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente formulou algumas sugestões para melhor preservação daquele patrimônio ecológico que, de acordo com o Prof. Dr. Antônio Carlos Rocha Campos, a rocha teria sido descoberta no ano de 1946, pelo pesquisador Marger Gutmans, do Instituto Agronômico de Campinas. Pois bem, logo após as manifestações de preocupação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, “uma lei municipal declarava de utilidade pública uma gleba de terra de aproximadamente 5 hectares, na chácara Guaraciba, onde a rocha se situa. Quanto ao tombamento pelo    CONDEPHAAT, a medida seria tomada em abril de 1990, na condição de Sítio Ecológico.” (LIBERALESSO, 2000, p.330).

Quanto ao nome “Moutoneé”, o Dr. Antônio C. R. Campos explica que, costumeiramente o termo é atribuído de acordo com seu significado em francês que, traduzido ao pé da letra, seria “acarneirado”, pois o formato da rocha lembra um carneiro deitado, porém, segundo o estudioso: é mais provável que tenha derivado do nome de um tipo de peruca ondulada, em uso na França, no século XVIII.

Uma visita ao Parque e você irá ter contato com uma formação rochosa que apresenta em  sua superfície arranhaduras que foram produzidas pelas geleiras da era Paleozoica (há 270 milhões de anos), somado a outros elementos geológicos, nos mostra que nossa região já passou por grandes alternâncias climáticas, como nos apresenta o próprio CONDEPHAAT: a importância da rocha deve-se ao fato desta registrar a ocorrência de antigas glaciações no planeta, na época em que o hemisfério sul apresentava um único continente – o Gondwana.

De fato, uma tarde no Parque Rocha Moutoneé é uma viagem de milhões de anos. Quando passar a pandemia, não deixe de visitar.

Para saber mais:

– Livro Salto: história, vida e tradição de Ettore Liberalesso.

– Artigo: Rocha Moutoneé de Salto, SP do Prof. Dr. Antônio Carlos Rocha Campos.

– Site do CONDEPHAAT: http://condephaat.sp.gov.br/benstombados/rocha-moutonnee/

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Anna Osta
4 anos atrás

Com certeza, vale a pena conhecer.