Elisabete nunca quis ser igual a ninguém.
Talvez o fato de ter uma irmã gêmea tenha causado tanta aversão ao estilo manada. Era assim que ela definia a forma como as pessoas da empresa onde trabalhava se comportavam. 
 
Todos queriam ser iguais. 
 
Se havia uma queixa comum, todos embarcavam no protesto. Mas, se havia discordância, todos se calavam. 
 
A ousadia deu lugar a economia de energia. 
Era melhor perder uma parte do espaço a se expor. Foi assim que o horário de almoço foi reduzido, que o trabalho aos sábados foi implantado e que o desconto dos atrasos passou a ser rígido. 
 
Chefe do departamento de criação da empresa, Elisabete resolveu chamar a atenção dos colegas com uma carpa. 
 
Esse tipo de peixe se amolda ao ambiente em que está. Se colocar uma carpa em um aquário de meio metro, ela crescerá até esse tamanho. Mas, se o aquário for de 1 metro e meio, esse será o tamanho da carpa. 
 
Para demonstrar, Elisabete colocou um aquário pequeno na entrada da empresa com uma carpa filhote e inundou o ambiente com informações sobre comportamento e ambiente de trabalho. 
 
A carpa cresceu no tamanho do aquário. Então, Elisabete fez um evento para transferir a carpa a um aquário maior. Inundou novamente o ambiente com a informação de que aquela carpa ficaria do tamanho do aquário. Até apostas em um bolão foram feitas. 
 
Ao final, todos passaram a querer ser carpa. 
 
E foi assim que a empresa de Elisabete foi a vencedora em um prêmio de inovação e passou a olhar com outros olhos os diferentes. 
 
Nem tudo que parece ser igual, realmente é. 
 
Precisamos mostrar que temos vida própria no mercado de trabalho. Senão, somos engolidos. Afinal, mesmo parecidos, somos sempre diferentes. 
 
Sempre diferentes.
0 0 votos
Classificação do artigo

Faça um comentário!

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários