Ettore Liberalesso – 100 anos (Parte II)
Texto publicado na edição de 03/04/2020 no Jornal Primeira Feira.
Coluna: um dedinho de prosa
O historiador saltense Ettore Liberalesso foi um dos grandes entusiastas para que se fizesse um museu na cidade de Salto. Hoje, o Museu Municipal leva o seu nome em uma justa homenagem a esse amante da história de sua terra natal. Era, de fato, apaixonado pela cultura saltense e lutou para que a memória da cidade fosse levantada e valorizada entre seus conterrâneos.
“Estou duplamente feliz, pelo fato de ter tido a honra de trabalhar com uma turma que, com técnica e elevado profissionalismo, monta em Salto coisa com a qual muita gente sonhou décadas, e pelo fato de, como saltense, estar recebendo este presente, pelo qual também há muito tempo venho esperando.” – Tais foram as palavras de Ettore durante seu discurso na cerimônia de fundação do Museu da cidade.
Liberalesso fez parte da equipe, a convide de Júlio Abe Wakahara, famoso arquiteto e museólogo, da equipe de montagem do Museu. Em sua autobiografia, o historiador cita os nomes dos membros da equipe, sendo: a museóloga Heloísa Barbuy, a historiadora Célia Toledo Lucena, o arquiteto Alcino Izzo Júnior e Thalma Di Lelli, futura responsável pelo museu, todos sob coordenação de Wakahara que dizia sempre: “O Museu não é um depósito de velharias, mas um processo através do qual o indivíduo tem condições de se situar na História.”
O trabalho foi intenso. Segundo Ettore, Thalma e ele iam “à busca de peças para o acervo do futuro museu, aproveitando o quanto eu tinha de conhecimento a cidade e de seu povo, para convencê-lo da realidade histórica que atravessávamos.”
Faltando três dias para a inauguração, a dupla já tinha estado em setenta e três casas, coletando relatos orais e fontes materiais, como fotos e objetos diversos. Os cinco primeiros Termos de Doação, conforme destaca o historiador no livro Ettore: autobiografia mesclada à História, foram feitos às seguintes pessoas ou instituições: Ettore Liberalesso, Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrat, Eduardo Castellari, Maria e Inês, filhas do Zequinha Marques e Grupo Escolar Tancredo do Amaral.
O autor ainda destaca que, ao todo, foram sessenta e três aqueles que doaram ou emprestaram fotos para cópias, resultando em um total de 1800 fotografias. Ele cita, também, as cinco pessoas ou instituições que mais realizaram tais empréstimos ou doações, sendo: Ettore, 455 fotos; jornal Taperá, 210 fotos; Santista S/A, 167 fotos; Josias Costa Pinto, 138 fotos e Aurora e Inês Marques de Oliveira, 93 fotos.
Meus amigos leitores, quem quiser saber mais sobre a vida de Ettore Liberalesso, recomendo a leitura do livro já citado aqui, sua autobiografia. No site da Academia Saltense de Letras também contém diversas informações.
Desejo a todos um bom fim de semana.