Artisticamente conhecido como Gaó, aos 9 anos o filho do casal de professores Acylino e Joanna do Amaral Gurgel já tocava bem piano, violino, flauta e trombone. Fez o curso Primário no Grupo Escolar Tancredo do Amaral. Ainda adolescente ao lado do pai, participava de orquestras amadoras que abrilhantavam a vida da pequena cidade e davam vida aos filmes apresentados no Cine Pavilhão. Em 1920, compôs Primeira inspiração, O canto sincero e Myosotis (oferecida à mãe).

Em 1924, mudou-se para São Paulo para estudar piano. Empregou-se numa casa de música e estudou com o s grandes nomes da cena musical da época: Savino de Benedictis, Carlos Paglucci e Mário de Andrade. Logo em seguida, passou a ganhar a vida tocando na Jazz Band Manon e na casa Di Franco, onde conviveu com músicos famosos, entre eles Ernesto Nazareth.  É dessa época o acrônimo Gaó.

 

Diplomou-se concertista em 1927. Até o final dos anos 1930, firmou-se como músico, arranjador, compositor e maestro, tocando em emissoras das rádios Educadora Paulista, Gazeta, Cosmo e Cruzeiro do Sul, criando orquestras, gravando discos e fazendo música para os filmes da Atlândida.

De 1930 a 1945 trabalhou no Cassino das Urca e na Rádio Nacional, no Rio de Janeiro e, por curtos períodos, na rádio Belgrano de Buenos Aires, na Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo e em shows e concertos em navios de cruzeiro. Mudou-se para os Estados Unidos em 1945, onde fez carreira como pianista e arranjador.

 

De volta ao Brasil vive em Mogi das Cruzes até 1992, ano em que falece aos 83 anos. Nessa cidade, criou um Conservatório Musical onde difundiu sua arte, ensinando piano e teoria musical, e onde publicou “Teoria moderna da música”.

Em 1988, em Salto, Gaó foi homenageado como patronato da Sala Maestro Gaó, no Conservatório Musical Henrique Castellari. Em 1991 tocou para seus conterrâneos pela última vez, em evento denominado “Noite da Gratidão” . Depois de sua morte, Mogi das Cruzes homenageou o filho ilustre com a criação de um  museu dedicado à preservação de sua memória.

 

Escrito por Anita Liberalesso