Aurora Duarte, escritora e sempre ligada à vida da cidade onde nasceu

Aurora Duarte de Arruda Behmer não foi famosa apenas porque era irmã de Anselmo Duarte, o grande cineasta saltense. Fez por merecer essa fama, pois foi uma apreciada escritora, além de autora de uma quantidade considerável de artigos publicados no jornal Taperá, a maioria deles destacando pessoas do seu tempo e da atualidade em que viveu.

Nascida em 8 de setembro de 1915, viveu sua infância e juventude em Salto, tendo estudado no “Tancredo do Amaral”. Mas mesmo morando em São Paulo, para onde se mudou em 1938, continuou mantendo estreito contato com sua cidade, que amava e em todas as ocasiões em que era possível, destacava sua gente e os locais que lhe proporcionavam muita saudade.

Filha de José Augusto Bento e de Olympia Duarte, ela e seus familiares viveram momentos difíceis nos primeiros anos de vida, quando sua mãe teve que sustentar a família, em virtude da ausência do marido, trabalhando como modista e também como parteira. Aurora sempre procurava participar da vida de Salto, tendo na sua adolescência integrado grupos de teatro amador, o “Filhos de Talma” e depois no “Grêmio Santa Ignez”, este dirigido por Itália Manfredini. Também participava de outros eventos, como os desfiles carnavalescos e os que aconteciam no Clube Ideal.

Em São Paulo, para onde se mudou em 1938, estudou no Ginásio do Estado e fez também o curso médio noturno. Formou-se professora de Trabalhos Manuais, além de cursar a Escola Cultural Brasil-Estados Unidos, na qual se formou nos idiomas inglês, italiano e espanhol.

Casou-se, em primeira núpcia com Antonio Marques Pereira, com quem teve uma filha, a professora de História Esmeralda Marques Pereira. Em segunda núpcia com Manuel Lecy Arruda Behmer, pesquisador científico e biologista. Nessa época passou a escrever livros, tornando-se escritora e poetisa, sendo o primeiro deles “Carrossel 67”, em 1982. Seguiram-se “Branco, Azul e Rosa”, em 1987; “Enquanto Passam os Irerês”, em 1998 e “Poemas de Aurora”, em 1999, além de centenas de artigos publicados em jornais, principalmente no Taperá.

Recebeu muitas homenagens, principalmente após a edição dos seus livros, não só em Salto e São Paulo, mas também em Piracicaba, da Sociedade Piracicabana de Escritores, tendo tomado posse no Conselho daquela entidade.

Aurora faleceu aos 26 de outubro de 2006, aos 91 anos de idade, em São Paulo, onde residia.

 

Escrito por Valter Lenzi