• Prefácio do Livro "Rumo ao Infinito" de Arlindo Piunti e Lázaro Piunti

Genealogia de nossa amizade

                           A minha relação de amizade com a família Piunti remete a meados dos anos 70, quando conheci Maria Conceição Piunti Francischinelli. Foi afinidade à primeira vista! Ela é aquele tipo de amiga que a gente conhece e quer carregar para casa; que o coração bate feliz ao rever; que a conversa nunca termina e sempre prossegue em tom fraternal; que os valores morais convergem e as atitudes se assemelham; que a sensação de familiaridade é tamanha que não sabemos distinguir onde uma história começa e a outra termina...

Através dela, conheci suas irmãs: a Maria Bernadete e a Maria de Lourdes. As três são filhas da senhora Terezinha - primeira filha do casal Domingos e Carolina Piunti que, desconhecia à época, são os pais do hoje querido amigo Lázaro José Piunti.

Paralelamente, por razões profissionais, conheci a Dra Maria Elena Piunti na 53ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, em Salto. Também com ela tive aquela sensação de familiaridade que faz com que a gente se sinta diante de uma “velha amiga” (mistérios da vida?). Tampouco sabia, naquele momento, que Maria Elena fosse tia da Conceição, filha de Domingos e Carolina, irmã de Lázaro e Arlindo, autores deste livro, o que me dá a certeza de que a vida segue mesmo o seu curso “Rumo ao Infinito”.

O tempo passou e nesse ínterim, a Conceição consagrou-se à vida religiosa e eu, casei - tive duas filhas e morei em diversos países da América Latina. Mas sei que, ao nos reencontrarmos, ela irá me olhar com seu olhar doce, eu lhe darei um abraço apertado, algumas lágrimas banharão os nossos rostos e tudo será como na primeira vez que em nos conhecemos. E essa possibilidade deixa o meu coração exultante!

Como eu disse no início, a minha história com a família Piunti começou faz muitos anos. Ela transcende no tempo e se impregna pela vida afora, sobretudo agora que selamos a nossa amizade com um objetivo em comum, a dedicação à literatura.

• Prefácio do Livro "Malu no Mundo dos Brinquedos" de Carolina Padreca

O livro de Malu propõe uma pausa em um fato que permeou o mundo dos pequenos, sem que os adultos se dessem conta, o domínio da tecnologia.

Os aparatos digitais substituíram silenciosamente os ursinhos de pelúcia, as bonecas de pano, as bolas e os livros, para citar alguns poucos objetos do universo infantil. Para onde quer que olhemos, nos deparamos com crianças – algumas delas ainda em fraldas - agarradas a tablets ou a aparelhos celulares como se estes fossem uma extensão do próprio corpo.

Como conter esse fenômeno? O que fazer para evitar esse domínio? Carol Padreca apresenta, aqui, uma alternativa!

Usando de um recurso simples, mas altamente eficaz, a autora recorre à imaginação e pede socorro ao Macaco, à Girafa, ao Leão, à Boneca de Porcelana, ao Palhaço, à Centopeia e à Bailarina para ajudar a pequena Malu a sair da hipnose tecnológica da qual é vítima.

No decorrer do enredo, outros personagens surgem como voluntários nessa missão, como as Fadinhas e o Senhor Sapo de Borracha que sob o olhar atento da gata Margarida não pouparão esforços para ajudar a protagonista a sair dessa trama.

Como bônus, o leitor também encontrará personagens famosos, como o Soldadinho de Chumbo, a Boneca de Pano, a Pastorinha e até o Boneco de Madeira que serão agraciados com a mudança de regras no “Mundo dos Brinquedos”.

• Prefácio do Livro "LIBRAS Módulo I" de Rogério Carlos Lamana

Quando estava assistindo à minha primeira aula do curso de LIBRAS, na Associação Saltense de Pais e Amigos dos Surdos – ASPAS, ouvi o professor Rogério Lamana dizer: “Eu ouço com os olhos e falo com as mãos”. Confesso que fiquei emocionada. Entendi, na mesma hora, que eu “ouço com o coração” e, provavelmente por isso, sou sensível à causa das pessoas que precisam se comunicar através da leitura labial e da linguagem de sinais – métodos de comunicação restritos e ainda hoje utilizados, em nossa sociedade, de forma limitada.

Aprendemos na escola que o princípio da comunicação é composto por três elementos: o remetente, a mensagem e o destinatário. Entretanto, nem sempre a comunicação acontece de forma eficiente. Algumas vezes, surgem “ruídos” na comunicação que impedem que a mensagem seja transmitida ou recebida de maneira adequada entre as partes envolvidas. Porque para o processo de comunicação ser eficiente é necessário que o destinatário decodifique o que o emissário enviou e entenda a mensagem corretamente.

O que o Rogerio Lamana nos ensina neste livro, base do método LIBRAS, é um sistema eficiente de comunicação que capacita quem precisa se utilizar da linguagem de sinais, como emissor ou como destinatário. Portanto, acredito que este livro não deva ficar restrito às salas de aula. Ele merece ser lido pelo público em geral, como uma cartilha que torna acessível o aprendizado de sinais para todas as pessoas.

Tenho esperança de que, em breve, LIBRAS será uma linguagem ensinada nas escolas com a mesma relevância dada à Língua Portuguesa e aos demais idiomas estrangeiros rompendo, assim, mais uma barreira na dificuldade de comunicação entre os homens.

Parabenizo ao Rogério Lamana pelo brilhante trabalho desenvolvido e desejo a todos uma boa leitura e um eficiente aprendizado!