Piunti prepara livro sobre político que foi marcante na história de Itu
Titular da cadeira 14 da Academia Saltense de Letras, o escritor faz aniversário nesta quinta-feira (13)
Nesta quinta-feira, 13 de outubro, Lázaro José Piunti completa 76 anos de vida.
O hoje escritor e poeta prioritariamente, titular da cadeira 14, patrono Castro Alves, da Academia Saltense de Letras, prepara um novo livro.
Vai falar da vida e da saga do político de Itu Galileu Bicudo, que foi marcante para a história da cidade no final da década de 40, depois 50 e 60, como vereador, prefeito e deputado estadual.
O homenageado foi perseguido pelo regime militar. Tão logo se elegeu prefeito, foi impedido de tomar posse e perdeu os direitos políticos por dez anos, sob a acusação de ter praticado crime contra o regime. A punição foi revertida depois.
Recentemente, Galileu Bicudo foi elevado à condição de Prefeito Honorífico por tudo que viveu e que representou para a cidade.
Esse será o 15º livro da carreira de escritor e poeta de Lázaro José Piunti. Entre romances, ensaios, crônicas e poesias, alguns de seus trabalhos ganharam tradução para o inglês, espanhol e italiano, o que o torna um escritor internacional como poucos brasileiros. Ele escreveu a sua primeira poesia aos dez anos.
Todos os livros tiveram a sua renda revertida para entidades filantrópicas, assistenciais, ONGs e comunidades indígenas.
Batalhador
Caçula de uma família de 12 irmãos, filhos dos lavradores imigrantes italianos Domingos e Carolina Piunti, o escritor sempre foi um batalhador para conquistar o seu espaço.
Tornou-se advogado pela Faculdade de Direito de Itu, fez duas pós-graduações em Sistemas de Gestão Integrados da Qualidade, Meio Ambiente e ainda Segurança do Trabalho e Responsabilidade Social. Também se formou em um curso especial de teologia voltada para leigos.
Advogou em defesa de trabalhadores em Itu, Salto, Porto Feliz, Rafard, Capivari e Jundiaí, além de duas federações estaduais.
Foi o mais jovem presidente eleito de um sindicato de trabalhadores da América Latina, com 19 anos, e como oposicionista.
Mas foi na política que se tornou conhecido primeiro e onde se realizou primeiro.
Piunti é um dos políticos mais ativos, ousados e polêmicos da história ituana. Foi prefeito por quatro mandatos não consecutivos, entre 1973 e 2004, emendando o primeiro grande feito na área, o de tornar-se o mais jovem vereador da história de Itu, aos 22 anos, em 1968, quando a função não tinha salário como hoje. Mesmo como prefeito foi o mais jovem de Itu, com 26 anos na posse.
Com isso, projetou o seu nome no cenário político estadual para sempre. Foi vice-presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do governo do Estado, a CDHU, por dois anos, na gestão do governador Mário Covas (PSDB).
Bandeiras
Ao longo desses mandatos e cargos, não hesitou em defender projetos que considerava importantes, como a implantação da Estrada Parque Apa Itu Rio Tietê, ou de desapropriar áreas para construir o Parque do Varvito ou de baixar a tarifa do transporte coletivo, tornando-a mais baixa do Estado, em 2004.
Quando o governador Covas morreu, em 6 de março de 2001, Piunti decretou luto em versos por meio do decreto 20, publicado no dia.
“Forma gélida, maneira clássica, expressão formal de justificar a edição de um decreto. Não! Pelo menos desta vez! Uma frase é suficiente: morreu um homem de bem! E por essa razão, justificadas razões comportam a decretação comovida do tríduo de luto em toda a urbe ituana. Em 6 de março de 2001, voou para Deus o peregrino da existência, o apóstolo do bem comum, o arauto da dignidade: Mário Covas Júnior”, escreveu no texto legal.
A essa altura já era um nome respeitado no PSDB estadual e já integrava o diretório de São Paulo, mas não hesitou em denunciar irregularidades na CDHU contra o comando do órgão e de deixar o cargo por causa disso.
Transparência
Sabia que a atitude o faria romper com vários segmentos políticos, mas não se importou. Como diz em uma frase de Santo Agostinho, que ostenta em suas redes sociais: “Os maus não são bons porque os bons não são melhores”, ele defende que temos de assumir a responsabilidade por tudo o que acontece ao nosso redor.
Piunti sempre foi um defensor da transparência, tanto que um de seus primeiros atos, em 1973, como prefeito de primeiro mandato, foi criar a assessoria de imprensa na Prefeitura. Ocupada pelo conhecido Paulino Domingos Piotto, um carteiro aposentado, jornalista prático e historiador, ela o ajudou a levar informação sobre os atos do governo para o povo. Detalhe: o cargo não tinha salário. Também criou o Conselho do Povo para ouvir reivindicações e transformá-las em atos.
O escritor é um dos fundadores da Academia Saltense de Letras, da Academia de Letras de Araçariguama e Região e da Academia de Letras de Iperó e integra a Academia Cristã de Letras, de São Paulo. É casado com a vereadora ituana e ex-deputada Maria do Carmo Piunti (PSC), tem três filhos, cinco netos, duas netas e duas bisnetas. É torcedor do ituano e do Palmeiras desde criança. Toda a sua família é palmeirense. Ele, é fanático.